Os recentes ataques a escolas acenderam um alerta sobre a importância de fortalecermos políticas públicas que visem ao desenvolvimento das habilidades socioemocionais
Artigo publicado no GZH - Por Eliana Bayer, deputada estadual (Republicanos)
Diante dos atentados que vêm acontecendo nas escolas, percebemos legisladores apresentando proposições legislativas reativas, que, a longo prazo, não ajudariam na resolução do problema. Não deveríamos permitir que o medo e o pânico fossem os agentes balizadores das políticas públicas em nosso Estado.
A atenção integral à saúde emocional da criança é determinante para que ela não se torne o adolescente criminoso de amanhã.
Tentar suprimir o problema dos atentados de forma imediatista, embora traga um certo alívio, não trata as causas subjacentes verdadeiramente negligenciadas. Nada acontece por acaso. Casos de violência também demandam tempo gestacional, e é aí que entra a relevância do ensino da gestão emocional.
Os recentes ataques a escolas em São Paulo, Goiânia e Blumenau acenderam um alerta sobre a importância de fortalecermos políticas públicas que visem ao desenvolvimento das habilidades socioemocionais da criança e do adolescente desde os primeiros anos escolares. Não há justificativa para atos de violência, no entanto, é importante lembrar que a atenção integral à saúde emocional da criança, hoje, é fator determinante para que ela não se torne o adolescente criminoso de amanhã.
Quando falamos de bullying, a resolução se torna ainda mais profunda. Afinal, seu impacto pode criar feridas tão profundas que exigiriam anos de terapia para curar. É bem verdade que os esforços de prevenção têm aumentado, contudo, soluções para esses problemas ensejam debates muito mais profundos.
A negligência à educação emocional pode ser o verdadeiro cerne do nosso problema. Propor o aumento da ronda ostensiva em frente às escolas, exigir a instalação de câmeras de vigilância, a presença de segurança armada no acesso dos estudantes ou ainda criar o chamado botão do pânico são proposições eficientes a curto prazo. No entanto, se queremos prevenir de forma efetiva os recorrentes ataques a essas instituições, mais do que ensinar matemática e português, precisamos instrumentalizar a escola para que ela desenvolva indivíduos integralizados, autoperceptivos, empáticos, resilientes, gestores de suas emoções e fortes para enfrentar um mundo cheio de desafios.
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