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Violência contra a mulher: o combate depende também de mudanças na sociedade

Artigo escrito pela deputada estadual, Eliana Bayer (RS)

A Organização das Nações Unidas define violência contra as mulheres como “qualquer ato de violência de gênero que resulte ou possa resultar em danos ou sofrimentos físicos, sexuais ou mentais para as mulheres, inclusive ameaças de tais atos, coação ou privação arbitrária de liberdade, seja em vida pública ou privada”.


Segundo os indicadores de violência contra as mulheres no Rio Grande do Sul, só no ano passado, foram registrados 30 mil casos de ameaça contra mulheres, quase 18 mil lesões corporais, 2.474 estupros, 263 feminicídios tentados e 106 feminicídios consumados. Dados preocupantes e que ainda não revelam a violência ocorrida no estado em sua totalidade.


Sabendo que mais da metade das mulheres que sofrem feminicídio jamais denunciaram seus companheiros agressores, como mostra o mapa do feminicídio disponibilizado pela polícia civil, como fortalecer o combate a violência contra as mulheres?


O primeiro ponto é desconstruir a cultura que culpa a vítima pelas agressões. Deixemos de culpar o feijão queimado, a ingestão de bebidas alcóolicas ou as circunstâncias. Toda e qualquer violência precisa acender um sinal de alerta nas famílias que não podem se sentir intimidadas ou constrangidas de relatar os ataques sofridos para as autoridades competentes.

Ainda precisamos avançar na capacitação dos agentes públicos para acompanhar e ajudar as vítimas da melhor maneira possível. Deixar a oportunidade de salvar uma mulher por barreiras burocráticas é inconcebível.


Da mesma forma é necessário o investimento em casas de acolhimento que comportem, além das mulheres, também seus filhos, dado que 80% das vítimas são mães e a incerteza do que acontecerá com suas crianças adiciona mais um empecilho para que elas denunciem as agressões.


Sendo assim, vemos que não existe solução simples ou fácil, contudo podemos ter esperança que estamos no caminho certo. A união das mulheres e o fortalecimento de redes de apoio tem sido um diferencial tanto no acolhimento quanto na procura de políticas públicas eficazes para a resolução do problema. Contem conosco, estamos juntas e mais do que nunca temos voz.

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